Gomes da Silva acerca do Sporting: “Vamos sentir falta deste espectáculo”

Acabou o circo

Confesso que não segui – a não ser de longe e por um ou outro comentário de ‘sócios’ mais interessados – a saga do último dia. Apenas constatei que, quem lá estava, perdeu! E perdeu – repito – sem voto electrónico, porque, para além desse pequeno pormenor, ultrapassou tudo o que pode ser admitido no exercício de um qualquer poder desde que escrutinado democraticamente!

Não foi 1, nem 10, nem 30, nem – sequer, como nos querem fazer crer, agora – 70 dias de erros! Não, foram, antes, quase todos os dias em que lá esteve. De erros, mas, acima de tudo, de ataques pessoais, de má educação, de arrogância, de falta de tudo o que deve ter e ser um dirigente desportivo!

Se, como disse Antero de Quental, “o caráter é metade do talento”, … não podia haver milagres! Acabou o ‘circo’ em que Alvalade se tinha tornado (com um polo – em Alcochete – para cenas violentas)!

Saudades e culpados

Mas que vamos sentir falta deste espetáculo… lá isso vamos! Saudades de tanto disparate, de tanta fita, de tanta falta de tudo! Por culpa do homem, também! Mas os grandes culpados (como nos ensina a História) não são só os que ocupam os cargos, como aqui aconteceu! Há sempre um séquito e um coro de concordância, no princípio, que impede quem tem bom senso de em anunciar que ‘o Rei vai nu’!

E falo com conhecimento de causa, tantas foram as vezes que fui surpreendido por amigos meus que lá foram ao beija mão, reconhecendo – mesmo em privado, o que é o mais grave da questão – que o homem ia ser muito bom presidente!

Eles, eles todos os que o apoiaram, que deram a cara – publicamente – por ele, que aceitaram participar em comissões de honra, que aceitaram responder em ‘comissões da verdade’, que só queriam não ter ‘chatices’ quando iam ao futebol! Apoiaram tanto que iam ficando sem ‘futebol’ para ir!

Dos primeiros sintomas de derrota…

E quando o descobriram? Quando todos acharam que ele não os queria lá a não ser para fazerem figura de corpo presente! Mas tiveram de esperar pelo momento oportuno, que só surgiu quando ele quis correr com o treinador e 2 jogadores e não teve coragem de o fazer diretamente (não contando com a experiência de quem se especializou em ganhar poucos títulos e muito dinheiro)!

A partir daí os mesmos erros de sempre, mas, agora, sem a complacência dos que, não tendo votos mas muita influência na comunicação, transformaram a exposição pública em crime, como se não bastassem os erros dele!

…à confirmação sem voto eletrónico

E como esses erros o ‘mataram’! Para a saída decretada não ontem, mas quando lhe impuseram o não recurso ao voto electrónico! Esse foi o momento decisivo! Depois, apenas o ‘executar da sentença’!

Para que seja possível que o clube regresse à órbita de quem sempre o achou sua pertença! A quem julga que o Sporting é dele! E não me admiraria – até – que lhes oferecessem o próximo campeonato, para provar que não ganhavam nada por causa do outro.